Dia 17 de agosto de 2021
Internei para retirar o pâncreas por conta de um adenocarcinoma…jamais imaginei tudo o que eu teria que passar e ainda estou passando, pois após ficar 30 dias internada no CHN, sendo desses 24 dias no CTI, ainda 30 dias numa clínica de reabilitação.
Recebi a visita do Dr Geison, um dos membros da equipe cirúrgica, ele me perguntou se eu estava ciente dos riscos e eu disse que sim. Daí ele continuou, inclusive, o óbito? Eu só pensei…o que depender de mim, vou lutar com toda a garra.
Foto tirada imediatamente antes de me prepararem para a cirurgia.
Indo para a cirurgia
A cirurgia
A cirurgia levou 8,5 horas…que equipe heim!!! Para poucos uau…que complexidade..soube, posteriormente, que havia retirado além do pâncreas, parte do estômago, o duodeno, a vesícula biliar e o baço.
Sou eternamente grata a essa equipe maravilhosa, que não mediu esforços para darem o seu melhor e claro a cirurgia foi um sucesso!!!
Muito obrigada ao Dr Leonaldson, Dr Geison, Dr. Rodrigo e Dr João.
Dr Leonaldson…..grande cirurgião!!! Um médico super dedicado e atencioso…fico imaginando se eu estivesse com outro médico se eu teria sobrevivido!
Não posso deixar de agradecer também à Dra Renata e à Dra Ana, responsáveis pela quimioterapia e radioterapia, respectivamente e ao Dr Diego, pela embolização da artéria hepática (ver histórias anteriores), pelo brilhante trabalho anterior à cirurgia.
Retirando o pâncreas
O pâncreas é responsável pela produção de enzimas digestivas fundamentais no processo e digestão alimentar, bem como pela produção de insulina, importante na metabolização da glicose.
Quando retiramos o pâncreas, existe a possibilidade de substituição via oral dessas enzimas digestivas, e utilização de insulina intramuscular, o que proporciona uma vida praticamente normal. Como, ainda, na clínica o controle da glicose fica a cargo das enfermeiras e da médica. Contudo, já começo a me inteirar dos cuidados de como viver bem com diabetes.
Outra questão importante é que como retirei parte do estômago, é como se eu estivesse feito uma bariátrica então, ás vezes não consigo me alimentar de toda a alimentação proposta para mim. Nesse contexto, engordar, tem sido um desafio.
A septicemia e a pneumonia
Com o passar dos dias no CTI, as coisas de complicaram para mim, pois desenvolvi septicemia, e após cerca de 10 dias no CTI, já quase recuperada desenvolvi uma pneumonia, daí foi tenso, recebi transfusão de sangue, para amenizar a anemia e fiquei quatro dias amarrada e intubada, a fim de evitar que eu entrasse em fadiga respiratória, pois a respiração estava muito difícil.
Recentemente, uma amiga que fiz no CTI, me disse que se sentia emocionada em ver a minha evolução tão positiva, uma vez que ela sabia que muitas pessoas não saiam da situação que eu me encontrava no CTI.
Foram momentos tensos, especialmente, para o Renato, meu marido, e para a Déborah, minha irmã, mas que com uma força interior enorme e com as vibrações positivas emanadas por minha família e pelos meus amigos, esses momentos foram vencidos.
Do limão à uma limonada
Desses momentos, tive algumas oportunidades, sendo uma delas, relativo aos momentos difíceis no CTI, uma vez que eu não tinha força na minha voz e estava totalmente imóvel, lúcida, sem condições de tocar uma campainha, eu dependia totalmente das pessoas.
Minha irmã ficava muito perplexa, por que eu dizia para ela que meu corpo podia estar imóvel… mas, a minha cabeça não parava um minuto sequer, daí fui pensando em como propor sugestões de melhoria na relação entre paciente-enfermeiro e não é que surgiu um material mesmo?
+Agradeço imensamente à Dra Mariana, médica da Unidade 4, e ao Dr Leonaldson, chefe da equipe cirúrgica e ao Dr Geison que se sensibilizaram com o material produzido e que estão buscando formas desse material ser aproveitado da melhor forma possível.
Que médico maravilhoso..sem contar a atenção dada à mim num momento tão delicado! Levou um programa de voz para que, quando eu não mexia os meus braços, eu pudesse dar vasão á um desejo, o de escrever uma sugestão para o CHN para a melhoria da qualidade da relação paciente-enfermeiro do CTI no pós-operatório.
Foi até uma despedida difícil para mim, pois uma médica como a Dra Mariana, Unid 04, CHN, que te acolhe com a alma é coisa rara.
E uma outra oportunidade foi um diálogo inusitado, conforme relatei para a minha irmã:
“Adriana está aqui agora me relatando, que quando estava intubada inconsciente, tinha muita vontade de viver. Em algum momento, Adriana quis saber sobre a opinião de Deus, daí visualizou um sino e perguntou a Deus, é para eu tocar o sino? Deus disse para ela, a decisão é sua, então Adriana respondeu para ele, quero ficar. Isto pra mim foi a coisa emocionante que ouvi da minha irmã”.
A fisioterapia no CHN
Após 30 dias internada no CHN, eu estava sem movimentos nas pernas e nos braços…eis que Bruno, Marcelo e ela, a fofa…me encheram de esperanças.
Aqui eu sequer ficava sentada sozinha…Me encontrava totalmente inchada, sem mexer pernas e braços, mas antes de ser transferida para uma clínica de reabilitação, Placi em Santa Rosa, Niterói, consegui ficar alguns minutos em pé e mexer a mão esquerda.
Aqui eu em pé com a ajuda do Marcelo e com o corpo mais desinchado.
Aqui eu já estava ne sentindo muito feliz.de banho tomado e falando no zap com as amigos e eos amigos com a mão esquerda.
— — — — — —